
A pandemia de Covid causou uma interrupção significativa no comércio internacional. Em 2020, os negócios caíram cerca de 9%. Neste cenário, algumas tendências principais se revelam para o setor. Você confere tudo sobre o assunto a partir de agora.
A pandemia afetou mais o setor de serviços do que o de produtos. O comércio de serviços caiu mais de 20% em 2020, quase quatro vezes o declínio do comércio de bens.
As restrições de locomoção, os chamados “lockdowns” do Covid, podem explicar essa diferença. Entretanto, o comércio de bens se recuperou rapidamente: o fechamento de fábricas foi limitado e houve um aumento na demanda por bens duráveis, por exemplo, móveis, eletrodomésticos e dispositivos eletrônicos em geral.
Durante a pandemia, o comércio mundial caiu menos do que durante a crise financeira global em 2009, de forma geral, e foi a maior queda desde então. Entretanto, houve um declínio significativamente maior no PIB global especificamente em 2020.
Isso ocorre porque os serviços representam a maior parte da atividade econômica nas economias avançadas, mas apenas cerca de 1/4 do comércio global.
Mas, o choque do vírus no comércio foi diferente entre os países. A queda no comércio chinês, em particular, foi bem menor do que em outras regiões. A recuperação do comércio chinês foi especialmente forte, apoiada pela alta demanda dos produtos lá fabricados.
Além disso, a China retornou rapidamente às atividades, enquanto o restante do planeta ainda estava bastante afetado.
A pandemia também teve um impacto significativo nos custos de logística, que aumentaram cerca de 350% desde maio de 2020.
Desequilíbrios no comércio regional provocados pela pandemia contribuíram para o aumento destes custos. Alguns contêineres ficaram “presos” nos EUA e na Europa, em vez de retornarem à Ásia.
Esses e outros fatores foram comentados no segundo episódio do Vector Talks com André Garcia, CEO da empresa, e seu ilustre convidado José Roberto Costa, Gerente de logística da parceira Vendemmia Logística Integrada. Continue a leitura e assista o vídeo!
Pandemia: oferta e demanda dos países
Os problemas de saúde se refletem na redução da atividade em todos os setores econômicos locais, incluindo setores comercializáveis, como o de manufaturados.
Mortalidade e doenças são causas tradicionais de perda de força de trabalho produtiva. São, pois, os principais problemas que afetam a capacidade de oferta de um país.
Estudos de 2020 sobre o impacto da pandemia de COVID-19 identificaram uma queda na oferta total de mão de obra e um consequente aumento nos custos de produção, em todos os setores, como os principais impactos do lado da oferta.
Provavelmente, o impacto mais marcante da atual pandemia são as enormes interrupções no comércio internacional e nas cadeias globais de valor. Os choques nessas cadeias resultam, nas economias mais “globalizadas”, em três principais problemas.
O primeiro são as interrupções diretas no fornecimento, prejudicando a produção. O segundo é o contágio da cadeia de suprimentos “Supply Chain”. Por último, temos vários distúrbios de demanda.
Em relação à demanda, o impacto comercial mais imediato da pandemia do novo coronavírus foi o aumento repentino da demanda global por suprimentos médicos, resultando em aumento da demanda de importação e aumento simultâneo dos preços.
As restrições à exportação introduzidas pelas principais economias, que enfrentaram escassez, levaram ainda a aumentos de preços que, segundo o Banco Mundial, podem ser de mais de 20%.
Mais importante, as pandemias ainda prejudicam a demanda agregada (consumo, investimento, gastos do governo e exportações).
A redução dos gastos das famílias e o aumento da incerteza empresarial sobre a demanda futura prejudicam este lado da balança.
A demanda por investimentos provavelmente diminuirá, pois a escassez de mão de obra na economia suprime a necessidade de altos investimentos. O mercado financeiro tende a reduzir riscos e “poupar”, em vez de aplicar em novos investimentos.
O cenário pós COVID-19 no Brasil e no mundo
Enquanto o mundo ainda amarga os efeitos negativos da Covid em muitos países, o Brasil se destaca, dentro do possível.
Até a 4º Semana de Setembro/2022, comparado a Setembro/2021, as exportações cresceram 23,8% e somaram US$ 22,99 bilhões. As importações cresceram 27,5% e totalizaram US$ 19,41 bilhões. Assim, a balança comercial registrou superávit de US$ 3,59 bilhões , com crescimento de 6,9%, e a corrente de comércio aumentou 25,5%, alcançando US$ 42,40 bilhões.
No acumulado de Janeiro até a 4º Semana de Setembro/2022, em comparação a Janeiro/Setembro 2021, as exportações cresceram 18,8% e somaram US$ 247,88 bilhões.
As importações cresceram 30,6% e totalizaram US$ 200,42 bilhões. Como consequência destes resultados, a balança comercial apresentou superávit de US$ 47,46 bilhões, com queda de -14,1%, e a corrente de comércio registrou aumento de 23,8%, atingindo US$ 448,31 bilhões.
Os números são interessantes e, de fato, impulsionam o trading e a logística.
Segundo o Jornal do Comércio, o setor continua enfrentando os mesmos desafios de sempre: prazos, altos custos, alto índice de roubo e furto e dificuldade na gestão.
Por outro lado, a Revista Exame traz perspectivas bastante positivas para o setor, principalmente no que tange à tecnologia, cada vez mais presente nas operações.
Confira o vídeo em que nosso CEO André Garcia recebe José Roberto Costa, Gerente de Logística da Vendemmia Logística Integrada.
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