
A pandemia mudou o comércio eletrônico para empresas, tipos de produtos e perfis de clientes. Forneceu à população o acesso a uma nova variedade de compras online, dentro da conveniência e segurança de suas residências. Entretanto, muitos desafios surgiram. Em especial, no que tange à logística de transporte.
Apenas 6 meses após o início da pandemia no Brasil, O Globo noticiou que houve um aumento assustador do número de reclamações de atraso nas entregas de produtos comprados online. Um salto quase triplo, de 73 mil para 190 mil reclamações mensais.
Vender pela internet permitiu que as empresas continuassem a operar mesmo com restrições de contato e outras medidas de confinamento. O foco mudou de produtos supérfluos para artigos de primeira necessidade. E o número de pedidos e entregas cresceu rápido.
A crise do coronavírus aumentou o dinamismo no cenário do comércio eletrônico e expandiu a sua atuação, incluindo novas empresas, segmentos de consumo e público, como a venda de mantimentos para idosos, por exemplo.
Algumas dessas mudanças no cenário do comércio eletrônico provavelmente serão de longo prazo, tendo em vista não só a possibilidade de novas ondas da epidemia, mas também os benefícios, como a conveniência dos novos hábitos de compra e o incentivo para que as empresas façam investimentos em novos canais de venda.
O e-commerce está no auge da sua expansão, com produtos sendo entregues cada vez mais rápidos. Com isso, somado à pandemia, enfrenta algumas provas. Embora muitos desses desafios existissem antes do COVID-19, foi durante a crise que nos deparamos com a obrigação de superá-los, ou fechar as portas.
O Brasil mostrou resiliência e ainda há muito espaço para o desenvolvimento do nosso comércio eletrônico. Conhecer os desafios e estar preparado para enfrentá-los é essencial na estratégia de qualquer negócio. Bem como estar atento às previsões para o futuro pós-pandêmico. Confira.
Principais desafios da logística de e-commerce na pandemia
Embora o crescimento progressivo do comércio eletrônico já fosse claro, muito antes da Covid-19, foi o vírus de rápida disseminação que mudou radicalmente o comportamento dos consumidores e forçou as empresas a acelerar a transformação digital.
O bloqueio, a nível nacional, e o medo da contaminação fizeram com que as pessoas ficassem em casa, mesmo diante de necessidades básicas. As poucas lojas que permaneceram abertas tiveram de se reorganizar imediatamente.
Com a necessidade, os consumidores mudaram para o e-commerce na hora. Disponibilizar seus produtos online e criar um serviço de entrega foi um movimento de sobrevivência crucial para a maioria dos negócios. Quase ninguém estava preparado.
Para os consumidores, os desafios enfrentados estão relacionados à conectividade, inclusão financeira, habilidades e confiança. Por exemplo, segurança digital, privacidade, proteção de dados e dos direitos do consumidor.
Para os vendedores, suprir a demanda com respeito aos prazos é um dos maiores problemas. Escalar as vendas para viabilizar operações é crucial para enfrentá-lo.
Mas, nem todos os desafios do e-commerce estão relacionados a compradores e vendedores, apenas. Como vimos, algumas ações dependem de políticas governamentais, como a legislação atualizada e a inclusão digital de parte da população.
Melhoria da infraestrutura também é de suma importância, pois o país ainda sofre com uma malha rodoviária ruim, com alto índice de acidentes e engarrafamentos. Mais ainda, muitas localidades ainda dependem exclusivamente dos Correios, que prestam um serviço bem deficiente.
Foi como comentou o Fábio Ikemori, Diretor operacional em E-commerce, em nossa conversa do Vector Talks número 5. Inclusive, convido você a assistir e participar nos comentários, ao final desse artigo. Ele também falou sobre as previsões para os próximos anos no cenário brasileiro do comércio eletrônico, assunto que abordamos a seguir.
Efeitos duradouros da pandemia no comércio eletrônico
Ficou muito visível que os negócios que melhor enfrentaram a crise do novo coronavírus foram aqueles que começaram a expandir sua atuação no comércio eletrônico muito antes da pandemia.
Estudar o mercado e suas previsões é essencial para sobreviver não só às crises, como à concorrência e qualquer outro desafio dentro e fora da organização.
Com as pessoas comprando mais pela internet, faz mais sentido, para as empresas, investir no desenvolvimento do comércio eletrônico e na experiência dos clientes com esse canal de vendas. Mas, alguns proprietários e gestores enfatizam que o crescimento do comércio eletrônico atual é apenas temporário e, assim que tudo voltar ao normal, os clientes estarão de volta às ruas, então não há por que investir dinheiro em serviços de comércio eletrônico.
Engano. Ao observar os resultados da pandemia e analisar todo o histórico de comércio, há muito pouca chance de que o varejo (em nível global) volte ao que era antes, seja no curto, médio ou longo prazo.
Além disso, um “novo normal” é muito mais otimista para lojas online do que para lojas físicas. Não é apenas o comércio que experimenta benefícios com as mudanças do offline para o online.
Escritórios perceberam barateamento das operações com os funcionários em home office, por exemplo. E vender online também é mais econômico, para vendedores e consumidores.
De acordo com a Forbes, o comportamento atual do consumidor não mudará tão cedo. Principalmente, devido ao fato de que alguns dos hábitos de compra começaram na era pré-pandêmica e a Covid-19 apenas os fez se expandir. Economia, conveniência e a segurança têm maior probabilidade de desempenhar um papel importante na forma como as pessoas fazem compras.
Embora exista o risco de que as pessoas enjoem do digital e isso possa desacelerar o crescimento do comércio eletrônico pós-pandemia, não vai impedi-lo completamente. A dominação do comércio eletrônico é inevitável. As mudanças nos negócios globais causadas pela Covid-19 apenas aceleraram um processo que já existia e vai continuar existindo.
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